Normalmente, quando falamos sobre whisky, abordamos assuntos como lançamentos, receitas, curiosidades e, principalmente, seus aromas e sabores. E é muito comum constatar, na literatura voltada ao whisky, que o que define o caráter dessa bebida são os seus ingredientes e terroir. A água, a cevada, o fermento e a madeira (usada para maturação do destilado) com certeza possuem um papel importante na sua produção. Entretanto, muitos outros fatores contribuem para diferenciar um whisky dos demais. E é neste pensamento que começa aqui um guia do processo de produção de whisky!
De uma forma geral e simplista, poderíamos dividir o processo de produção de whisky na seguinte forma e ordem:
Maltagem: A cevada é convertida em malte, em um processo no qual o grão é estimulado a germinar para, então, ser seco/torrado.
Moagem: O malte obtido pelo processo anterior é prensado/moído de forma a ser obtido o “Grist”.
Maceração: Ao “Grist” adiciona-se água quente para obtenção do “wort” ou mosto.
Fermentação: O mosto recebe fermento para transformá-lo em uma “cerveja”.
Destilação: A “cerveja” passa então por destiladores de cobre (alambiques), obtendo-se o “spirit”: um destilado límpido e cristalino com alto teor alcoólico.
Maturação: O “spirit” obtido na destilação é armazenado, geralmente, em barris de carvalho americano ou europeu. Após 3 anos ou mais, este líquido já pode ser chamado de whisky.
Engarrafamento: O conteúdo de um ou mais barris, oriundos de uma ou mais destilarias, é engarrafado.
Muitos fatores variam de uma destilaria para outra nos passos acima. Poderiamos começar citando o modo como a cevada é tratada até ser chamada de malte: por vezes em um processo mais longo que uma semana, por vezes obtido em 5 dias. Por vezes “defumado” com turfa, por vezes comprada pronta de um fornecedor de malte. Outro fator que poderia ser citado é a fermentação do extrato do malte até o ponto que obtem-se uma “cerveja”, por vezes mais aromática, ou cremosa, com teor alcoólico alto ou baixo, em dornas de inox ou madeira. Incontáveis diferenças que distinguem uma destilaria da outra, e tornam todas interessantíssimas!
A partir deste, e nos próximos 7 artigos, tentarei explicar de forma simples, mas não superficial, como é produzido o whisky. Ao final teremos constatado que não apenas ingredientes, mas os equipamentos e, acima de tudo, o processo operacional que cada destilaria utiliza são o que define o caráter de cada uma das garrafas douradas que tanto apreciamos.
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